Apagando a primeira velinha!

Há exatamente um ano, chegava em minha casa uma caixa de papelão, vinda da Indonésia. Lembro de quando abri a porta de casa e minha mãe ria, falava que nunca viu um sorriso tão grande no meu rosto e meus olhos brilhando tanto. Foram vinte dias, checando de cinco em cinco minutos o site da Receita Federal, esperando a liberação pouco burocrática da encomenda. Dentro da caixa, estava minha primeira caixa estanque, amarelinha, linda, da marca Liquid Eye.

Um corre-corre só, já que era véspera da minha viagem de férias pra Floripa, cidade responsável por me receber em seus mares. Lembro de quando cheguei à Praia Brava, mar horrível, mexido, tempo feio. Fiquei uns três dias agoniada pra cair logo e começar meus cliques, mas realmente o tempo não ajudava. Foram os dez primeiros dias entre a Guarda do Embaú, Praia Mole, Joaquina e Praia Brava. Gotas na frente das fotos, distância ainda longe do ideal. A temperatura da água era tão fria, que a impressão que dava era que um iceberg havia derretido por Santa Catarina! Por lá, tomei a primeira quilhada e uma das minhas primeiras marcas no corpo! O resultado das fotos, mesmo que muito longe do ideal, me causava sorriso no rosto por saber que eu estava subindo aos pouquinhos os degraus do que eu queria fazer pra sempre. Analisava as fotos, pensava no meu posicionamento e tentava fazer diferente na vez seguinte. Não pense que é fácil enfrentar o mar, surfistas que temos que driblar e ao mesmo tempo ir atrás para uma boa foto, com o peso da câmera na mão. É uma luta gostosa!

Durante esses primeiros doze meses, paro pra pensar em quanta coisa aconteceu. Coisas boas, coisas ruins, mas que num balanço geral, só me acrescentaram, mesmo nos momentos mais tensos. Foram muitos mares diferentes: Rio de Janeiro, Saquarema, Guarujá, Itacoatiara, Floripa, Lobitos, Bali; um WCT com Sebastian, um Prime em “Saqua”; muita, mas muita evolução, tanto dentro quanto fora da água; mais um curso de fotografia, dessa vez completão e de um ano de duração, outro workshop com o Sebá, perda total na minha Nikon e migração pra Canon; uns raladinhos de coral; arranhados na caixa antiga e troca de caixa estanque pra Aquatech; muitos e muitos amigos que fiz, surfistas ou fotógrafos e a troca com eles que é fundamental, experiências compartilhadas; uma exposição em Belo Horizonte e outra no Rio e algumas fotos espalhadas por aí!

É acertando que que se aprende e é errando que se aprende o triplo. É escutando crítica que reflito e procuro melhorar. A gente tem o vício de associar as críticas a algo ruim, mas não vejo assim: não passa de uma avaliação, seja ela positiva ou negativa. Sem esforço, não chegamos a lugar nenhum. Quem acompanha minha rotina, sabe o quão corrido é meu dia-dia entre madrugar pra fotografar, me deslocar com peso e de ônibus e me dedicar à fotografia. Sem amor, também não se chega a lugar nenhum. Juntando essas duas coisas e o carinho que se recebe de fora, tenho passagem até pra Plutão! Espero que isso continue acontecendo e que esse crescimento não pare nunca. O que me apareceu de mais importante nesse ano foi oriundo da fotografia, sem dúvida.  Comparando o resultado, acho que em um ano deu pra evoluir bastante, né? Obrigada a todos pelo apoio!

Em Floripa, com a primeira caixa da Liquid Eye.

Em Floripa, com a primeira caixa da Liquid Eye.

Duas de minhas primeiras fotos de surf. A de cima, na Praia Brava e essa na Guarda do Embaú.

Duas de minhas primeiras fotos de surf. A de cima, na Praia Brava e essa na Guarda do Embaú.